terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mais maduro, Junior Assunção acredita que volta ao UFC vem em momento perfeito

  Colin Foster
Foto: Dave Mandel/Sherdog.com
Junior Assunção venceu sete das oito lutas desde que saiu do UFC
Junior Assunção venceu sete das oito lutas desde que saiu do UFC
Há quatro anos, quando estreou no UFC, Junior Assunção nem tinha ideia do que era pisar no octagon, e também não se importava muito. “Queria curtir”, ele relembra. Uma vitória e duas derrotas depois, foi cortado, e tudo mudou: deixou o emprego de gerente do Mc Donald's, passou a se dedicar em tempo integral aos treinamentos, e trilhou um caminho de sete triunfos em oito lutas.

Agora, ele garante estar pronto para o desafio do dia 24, diante do campeão do Tachi Palace Eddie Yagin, no UFC 135. Em entrevista exclusiva ao PVT enquanto se preparava para viajar para Denver, onde acontece a luta, Assunção apontou a maturidade como seu principal ganho nesses quatro anos.

“Meu estilo de vida e de treino mudaram. Tenho mais experiência e será um diferencial. Quando lutei pelo UFC na primeira vez, era só pilha de estar ali, não fazia questão de ganhar, queria estar em Las Vegas, com mulheres. Hoje é diferente. Além de ter 30 anos de idade, vivo da luta e estou muito mais maduro”, afirmou. “Estou pronto para voltar, botar a mão no queixo dele e espero terminar no primeiro round”.

No bate-papo abaixo, Junior fala de sua volta ao UFC, dos treinos e do relacionamento com os irmãos Freddy e Raphael.

PVT: Você está indo para Denver com uma certa antecedência. Quais seus planos antes da luta?

Junior Assunção: Estou indo 10 dias antes porque Denver tem altitude bastante diferente de Athens, onde vivo. Não queria ter que me aclimatizar e perder peso ao mesmo tempo, porque só começo a perder na semana luta, não fico muito longe. Estou 6, 7kg acima apenas. Então ficarei essa semana lá, me alimentando, treinando forte, e na próxima, já aclimatizado, estarei pronto pra me focar somente no peso.

PVT: Como foram os estudos sobre o Eddie Yagin?

Junior Assunção: Não me consumo analisando muito meu adversário, porque senão perco o foco em mim. Prefiro fazer minha parte, analisá-lo no dia da pesagem e ir pra luta. Mas já vi que ele tem um tamanho razoável para 66kg, sei que está estreando no UFC e deve ficar um pouco nervoso, se conservando por ser uma luta na altitude de Denver. Ele lutou [e venceu] meu amigão Diego Saraiva, que pôde me passar algumas dicas. Acho que a luta foi bem casada, vai ser maneira, e eu quero terminar no primeiro round.

O que mudou em você da primeira passagem do UFC até agora?

Tanto o Kurt Pellegrino quanto o Nate Diaz tiveram seus méritos em me vencer, mas eu vivia outra vida. Era outro estilo, não fazia questão de ganhar, estava só “na pilha”, queria ir a Las Vegas, sair com mulheres, e hoje é totalmente diferente. Antes eu tinha 5 lutas de MMA no total, tinha um trabalho full-time como gerente do Mc Donald's, trabalhava e lutava. Hoje tenho 30 anos de idade, mais maduro, já fui a diversos eventos do UFC com meu irmão, conheço a galera toda e não tem nada novo pra mim. Vou chegar, fazer meu trabalho e pronto.

Por que acredita que dessa vez é possível se manter bem no UFC?

Hoje estou pronto para entrar, fazer minha luta com calma, com estratégia. Meu conceito é de acabar a luta antes da decisão dos árbitros, porque é assim que se sobrevive no UFC atualmente. Quero encostar no queixo dele e acabar. Estou pronto e acredito que nessa categoria dos penas faço frente a qualquer um, e vou dizer que estou chegando para ficar. Quero grandes desafios.

Como foi seu camp? Treinou com Jucão, Douglas e Dhiego Lima? Ou se manteve apenas em Athens, na Hardcore Gym?

Douglas e Dhiego são meus alunos, comecei a treiná-los crianças ainda, dei faixa azul, roxa, ensinei a fazer rolamento... Até hoje vou no corner deles, mas não faço mais treinos em Atlanta. Na academia que estou, o Forrest Griffin já foi campeão, tem o Brian Bowles treinando. É uma visão totalmente diferente de Atlanta, onde a galera luta e não volta pra ajudar o companheiro de treino. Aqui, você é obrigado a voltar depois de uma semana, existe uma visão totalmente diferente.

E seus irmãos?

Infelizmente não treino muito com o Raphael, treino mais com o Freddy. Eu e Raphael não temos o melhor relacionamento do mundo, como acontece em tantas famílias. Fiquei surpreso ontem quando ele me ligou perguntando se poderia ficar no meu corner. Eu disse que sim, que ele comprasse a passagem e fosse lá. Mas não o espero, ele não me espera. Nós operamos nossa carreira de maneiras diferentes, com visões diferentes de luta. Ele é um fenômeno, pode se dar ao luxo de fazer certas coisas que eu não posso. Eu, por exemplo, preciso de um professor, de um manager. Ele não. Às vezes treinamos juntos, mas não muito. Fora isso, o relacionamento é tranquilo.

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