Campeã sul-americana de natação sobre as OEs: 'Degrau para carreira'

A paranaense Alessandra Marchioro afirma que apoiar o aluno no início da carreira é o primeiro passo para a descoberta de novos talentos no esporte

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro

OEs 2008: Alessandra, Carol P., Alexia e Carol C.
são campeãs dos 4x50 m livre (Foto:Reprodução)

A paranaense Alessandra Marchioro é uma das maiores revelações da natação brasileira e despontou nas Olimpíadas Escolares. A jovem de 18 anos tem passagens vitoriosas pelas competições de Poços de Caldas (2006) e João Pessoa (2008) defendendo o colégio Dom Bosco, de Curitiba (PR), sua terra natal. O que começou bem lá atrás, já se reflete em grandes resultados neste ano. Ela foi medalhista de ouro e recordista nos 50 m livre do Sul-Americano de Lima, no Peru, além de ter conquistado o primeiro lugar nos revezamentos 4x100m livre e medley. Ainda em 2011, foi bronze nos 50 m livre do Troféu Maria Lenk.
Para a velocista do Clube Curitibano, apoiar o aluno a praticar uma atividade física é o primeiro passo para a descoberta de novos talentos. Sem o incentivo, as crianças e os adolescentes não têm 100% de dedicação para que possam se tornar profissionais de alto rendimento. De acordo com ela, as OEs são uma etapa importante na jornada de um atleta.
- O reconhecimento é muito positivo. A competição é valorizada e funciona como um degrau para alcançar um nível mais alto. Os atletas ganham mais visibilidade e incentivo - analisa Alessandra, que defende a prática esportiva na escola para a formação pessoal do aluno - O esporte ajuda muito no caráter da pessoa. Você abdica de muitas coisas, diversão, sair com os amigos, viagens, férias, mas aprende a ter responsabilidade, disciplina e respeito.

Alessandra e o técnico Wellington Soares comemoram o ouro no Brasileiro 2009 (Foto: Arquivo Pessoal)

A velocista conta que nunca deixou a escola, os amigos, a família para morar em outra cidade, como fazem muitos atletas.
- Nunca morei sozinha. Meus pais acompanharam meus altos e baixos, e sempre me ajudaram. Desde 2005, recebo propostas de outros clubes, mas ainda não me interessei por nada a ponto de deixar tudo para trás.
Males que vêm para o bem
Alessandra começou na carreira por acaso. Ela sofria de doenças respiratórias e o médico recomendou a prática da natação como tratamento, quando ela tinha apenas quatro anos de idade. Com o passar do tempo, ela começou a levar vantagem em relação às outras meninas por conta do tamanho e da velocidade. Na estreia no Brasileiro, em 2007, ela venceu os 100 m peito e não parou mais.

Alessandra Marchioro festa a vitória e o recorde nos
50m peito do Troféu Finkel 2009 (Foto:Reprodução)

A jovem, que é uma das promessas da natação brasileira para os Jogos Olímpicos Rio-2016, também sonha em fazer medicina. Mas, por enquanto, os estudos ficam em segundo plano. No momento, a nadadora só pensa em conquistar o índice olímpico para Londres-2012.
- Todo o mundo quer chegar a uma Olimpíada. No meu caso, eu sonho em ser a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica e marcar a história.
Por um centésimo, a paranaense ficou fora do Pan-Americano de Guadalajara, entre os dias 14 e 30 de outubro. Nada que desanime a novata. Como ela mesmo diz, a receita para o sucesso no esporte é ter determinação e paciência.
- Os atletas sofrem muito de cansaço, dor e preguiça. Tem que treinar e passar por cima de tudo isso para chegar no topo. E o mais difícil é permanecer. Tem muitos atletas aparecendo, por isso é preciso se destacar sempre.